Um escritório com terminais burros
Em um escritório de contabilidade ou advocacia, não basta ter um antivírus monitorado capaz de parar ameaças do tipo ransomware ou um sistema de backup em nuvem do tipo gerenciado, onde a execução das rotinas de backup assim como o conteúdo salvo são monitorados, garantindo a disponibilidade dos dados.
Para cumprir as expectativas da empresa é necessário que a estrutura de rede esteja bem desenhada e corretamente implementada.
Recentemente estivemos em um lead da área contábil, encontramos uma estrutura que poderíamos dizer engenhosa, mas pouco segura quanto a falhas. Os equipamentos utilizados pelos colaboradores eram em sua maioria com configuração básica e muitos entrando em obsolescência: processadores Celeron e Pentium, 2 GB de memória RAM, sem unidade de armazenamento (HD ou SSD) e sem licença de sistema operacional (Windows), o tempo de vida dos equipamentos variava entre 06 e 10 anos.
No servidor, um computador de alto desempenho com processador i7 de última geração, muita memória RAM e sistema operacional Windows Server, porém com hardware de desktop (placa mãe Gigabyte para estações por exemplo).
Mencionamos a engenhosidade pois uma estrutura assim tem um custo muito baixo de aquisição, porém totalmente insegura e deficiente em estabilidade, sobre isso falaremos nesse post.
Configuração Terminal-Servidor
Essa empresa que mencionamos estava sofrendo diariamente com problemas de lentidão e quedas de sistema. Os terminais, estavam configurados para rodar o sistema (sistema operacional, aplicativos e arquivos) 100% através do servidor, desde o momento em que eram ligados até a abertura de arquivos e sistemas, qualquer instabilidade na rede, tudo parava.
Em um layout de rede desse tipo (comumente chamado de terminal burro), há a conveniência de todos os recursos utilizados pelos usuários em seus terminais ficarem alocados em apenas um servidor, tornando a administração e segurança mais fáceis (centralizadas), além disso com um custo de aquisição baixo pois para os terminais basta uma configuração de baixo desempenho dispensando inclusive armazenamento (disco rígido HD ou unidade SSD) e sistema operacional (Windows), afinal tudo roda dentro do servidor.
Porém a estabilidade é algo crucial nesse layout (todos os recursos dos terminais estão no servidor o que pode sobrecarrega-lo), tendo dois itens como essenciais para tudo funcionar com estabilidade e bom desempenho: um servidor confiável (alta velocidade com componentes próprios para servidor) mais uma rede estável (switches gigabit e gerenciáveis com cabeamento de rede exclusivo para cada terminal, sem gargalos). Infelizmente na estrutura que analisamos, encontramos apenas alto desempenho no servidor, o restante simplesmente não existia.
Recomendamos o uso dessa configuração apenas em aplicações específicas, onde terminais tem uso muito específico, com apenas 01 ou 02 aplicativos, o que não é o caso de escritórios de contabilidade e advocacia. Negócios assim trabalham com um sistema interno, e-mail (Outlook, ThunderBird ou via web), editor de texto com vários arquivos abertos (Word ou OpenOffice), certificado digital, manipulador PDF e as vezes um comunicador interno. São muitos aplicativos, sem contar o certificado digital que quando feito via token ou carteirinha USB, não funciona em um terminal burro.
Solução
Não recomendamos a configuração Terminal-Servidor em escritórios, recomendamos o tipo Estação-Servidor, nela os usuários utilizam computadores plenos com sistema operacional, aplicativos e manipulação de arquivos próprios, ficando no servidor somente o que precisa ser disponibilizado na rede e que precisa de segurança: pastas e arquivos, banco de dados do sistema interno e o controle de segurança dos usuários, assim rede e servidor não são sobrecarregados e em caso de problema em algum deles, a empresa não fica totalmente parada.
Normalmente em uma reestruturação para o layout Estação-Servidor, não é necessário trocar o servidor utilizado, mesmo ele não tendo componentes de servidor, com a instalação de unidades de armazenamento mais sistema operacional nos terminais, é possível transformá-los em estações, liberando recursos no servidor e ganhando estabilidade e bom desempenho na rede geral.
Para os terminais, ao invés de adquirir novos computadores (lembrando que eles não tem HD e nem licença Windows), é possível utilizar licenças que permitem downgrade de versões, podendo instalar o Windows 10, 8.1 ou 7. Em computadores com desempenho/configuração simples pode-se utilizar o Windows 7, dando tempo para planejar a substituição programada desses computadores. Os novos equipamentos podem então ser adquiridos gradualmente e sem o sistema operacional, utilizando a licença do computador desativado e instalando a última versão do Windows (Windows 10) no novo computador.
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